27 de junho de 2011

Enganamos o tempo

Enganamos o tempo,
logrando tempo,
na ausência do tempo.
Retardamos seu passar,
espremendo e sorvendo
cada segundo que estamos juntos.

Ele se dissolve e dilui
em nossos pensamentos.
Não é mais uma medida
de períodos passados.
É transpassado irresistente,
feito um detalhe...

Porém o tempo, vingativo,
nos pune cruelmente,
tornando os dias
insuportavelmente longos.
Suas frações se multiplicam
nos tornando escravos do relógio.

Sofremos pela metade ausente
nesse espaço entre encontros.
O som da voz amada ameniza
a dor do tempo apartado.
Voz que alimenta nosso dia,
almejando sua presença.

Temos a certeza de que
o tempo não importa,
por um simples motivo...
O que sentimos não pode ser aprazado.
Somos o que nos permitimos ser...
Eternamente apaixonados!

(Michele Michel e Ricardo Mann)