28 de junho de 2015

MINHA HISTÓRIA DE AMOR COM O YES


Escolher um grupo ou artista preferido depende de vários fatores. Pode ser por fase,  uma análise mais racional ou simplesmente paixão inexplicável, como um clube de futebol. Meu maior ídolo na música internacional é o Peter Gabriel pela concepção de seus trabalhos. O King Crimson, dos grupos ainda em atividade, é o que acho mais arrojado e desafiador. Porém o YES é paixão pura, e antiga...  Principalmente por seu vocalista, o eterno sonhador Jon Anderson, seu baixista, o incansável lutador Chris Squire e o intelectual da guitarra Steve Howe. Todos os outros músicos são talentos que deixaram e ainda deixam sua marca positiva no grupo.
Minha paixão pelo YES se perde na bruma do tempo. A referência mais antiga que tenho é um show do Rick Wakeman que fui assistir no Maracanãzinho em 1981, aos 13 anos. Já havia discos do YES lá em casa, trazidos pelo meu irmão mais velho, que seguiu uma trajetória interessante. No fim dos anos 70 sua onda era a Disco Music, os hits dos Bee Gees e os passos do John Travolta. Havia muitas músicas com batidas eletrônicas, teclados sequenciados e vozes robóticas. Começaram a vir os discos do Kraftwerk e o interessse pelos teclados eletrônicos aumentou. Veio, então, o Jean-Michel Jarre e por fim a disco music deu lugar ao som espacial do Vangelis. Daí para o Rick Wakeman e o YES foi um pulo.
Fiquei vidrado e em pouco tempo tínhamos todos os LP’s do grupo que eu ouvia numa vitrolinha portátil que acoplava as caixas e ficava em forma de mala! Isso foi numa época em que o grupo tinha deixado de existir, o biênio 81-82. Me lembro de haver chorado uma vez ao ouvir o “Yesshows” pensando: “Que pena que este grupo acabou”.
Em 1983 quando as FM’s soaram os primeiros acordes de “Owner of a lonely heart” fiquei num misto de felicidade e decepção com a volta do grupo. Fiquei, então, só acompanhando de longe sua trajetória até que em 1996 a paixão antiga resolveu voltar a mexer comigo. Eles haviam retornado à formação clássica tocando antigos clássicos e músicas inéditas que nada deviam às dos anos 70. Voltei a amá-los com a mesma deslumbrada paixão adolescente.
Hoje sou um fã maduro e em paz com todas as diferenças. Gosto de todas as fases, todas as formações, todos os discos e quase todas as músicas. Já estiveram no Brasil várias vezes e tive a felicidade de estar presente em duas. Com o falecimento de seu baixista e força motriz não sei quanto tempo o grupo permanecerá na estrada. Só sei que pretendo curtir esta paixão até o limite, até que a aposentadoria nos separe.
Site: http://www.yesworld.com/